"A carga mental": a pressão diária inevitável de uma mulher moderna

Cérebros específicos para fazer isso? Dedos mais aptos e delicados para dobrar uma toalha? Mãos mais ágeis para agarrar numa panela e colher? Todo um mistério paira sobre esta questão.

Não tem de se transformar numa feminista revolucionária com uma faca na mão para reconhecer que as tarefas domésticas, actividades absolutamente encantadoras que consistem em passar a ferro, lavar a loiça, cozinhar, etc..., são normalmente reencaminhadas para as mulheres. Cérebros específicos para fazer isso? Dedos mais aptos e delicados para dobrar uma toalha? Mãos mais ágeis para agarrar numa panela e colher? Todo um mistério paira sobre esta questão. Contudo, não é apenas o acto de fazer que incomoda as mulheres, mas também, o simples acto de pensar em fazê-lo: a conhecida "carga mental". 

Guardar
It's all about...
It's all about...

Mas o que é que existe por detrás do conceito "carga mental"? A vida quotidiana das mulheres! De acordo com um estudo francês, em 2010, as mulheres foram responsáveis por cerca de 64% das tarefas domésticas e 71% das actividades parentais no seio familiar. Estes números fazem-nos reflectir sobre uma realidade que implica pensar sem uma pausa (no trabalho, no carro, na casa de banho...) sobre as "coisas a fazer". Nicole Brais, da Universidade Laval de Québec, define-as como um "trabalho de gestão, de organização e de planificação que é inalcançável, incontornável e constante, visando a satisfação das necessidades individuais e a estabilidade do lar."

Guardar
Nelson Marques Photography
Nelson Marques Photography

E depois existe o famoso "ahhh mas devias ter-me perguntado!"

"Porquê? Não percebeste que eu poderia ter precisado de ajuda quando me viste a cozinhar a massa ao mesmo tempo que controlava o forno?" 

Mas como é que nós sequer nos encontramos nesta "confusão"? E como sair, questionam-se vocês... Boa questão! Sem mencionar o facto que, cultural e socialmente, as mulheres encontram-se na esfera das tarefas domésticas, desde longas gerações. A psicóloga Yvon Dallaire iluminou-nos sobre esta temática: "os homens trabalham de uma forma hierárquica: pouco importa se eles estão acima ou abaixo, pois as coisas devem estar organizadas e hierarquizadas (por outras palavras, és tu que diriges e eu faço, ou vice-versa). Na vida quotidiana, vemos imediatamente que a estrutura das relações entre os homens é bastante hierarquizada. As mulheres funcionam de uma forma muito mais igualitária, no entanto, pelo menos na teoria, porque na realidade não é bem isso que se verifica. "

Guardar
Luis Efigénio Photography
Luis Efigénio Photography

Conclusão (e cereja no topo do bolo!), "os homens são frequentemente surpreendidos quando confrontados com as queixas das suas companheiras", confere Yvon Dallaire. Com algumas consequências significativas na vida de um casal e, consequentemente, no âmbito sexual: "44% das mulheres deixam que sejam os homens a ter a iniciativa sexual e mais de metade das mulheres passam a vez quando é para perguntar o que eles desejam", de acordo com um estudo realizado em 2014, mencionado também no jornal Monde.

Guardar
Diana Nobre Fotografia
Diana Nobre Fotografia

Contudo, nem sequer vamos mencionar as horas de "entretenimento" das mulheres quando falam sobre o seu amor. No mesmo artigo, existem alguns dados interessantes e relevantes, originais do outro lado do Atlântico, que afirmam que as mulheres jovens passam cerca de oito horas por semana a embelezarem-se, contra as quatro horas levadas pelos homens.

"A divisão das tarefas domésticas continua a ser uma das maiores fontes de conflito numa relação", contudo, existem ainda algumas formas para melhorar a situação, partilha Yvon Dallaire. "Reúna uma lista de coisas a fazer e repartam pelos dois".

No entanto, Yvon Dallaire aponta ainda para um outro grande problema que afectam os casais: "o facto de nos focarmos mais no que outro não faz, em vez do que ele está a fazer!". Eles, de facto, podem não ser muito inclinados para lavar a loiça, mas estão sempre prontos para arranjar o lavatório quando está entupido ou arranjar o chuveiro.

Guardar
José Raposo
José Raposo

Resumidamente, parece que a "Mulher Maravilha" existe apenas na banda desenhada (e nos filmes) e que um cérebro normal não é capaz de pensar 7 dias por semana, 24 horas por dia, por isso, meninas: aprendam a reconhecer os vossos limites e expressem-se, mesmo que isto possa vir a criar alguns conflitos, pois eles acabam por ser positivos para o casal. Conheça as 7 coisas que quem ama nunca diz 

Contacte com as empresas mencionadas neste artigo

Dê-nos a sua opinião

Comentário submetido com sucesso
Tivemos um problema a submeter o seu comentário. Por favor tente mais tarde
Por favor, preencha este campo.
Por favor, insira um e-mail válido.
Por favor, preencha este campo.