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Joalharia de autor: entrevista à designer de jóias Rita Carvalho Marques

Rita Carvalho Marques é, entre outras coisas, designer de jóias. É também genuinamente apaixonada pelo que faz e isso reflecte-se nas belíssimas peças que cria.

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Botões de punho em prata com madre-pérola. Foto: RCM
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Rita Carvalho Marques é, entre outras coisas, designer de jóias. É também genuinamente apaixonada pelo que faz e isso reflecte-se nas belíssimas peças que cria. Entre as suas preferidas estão as pregadeiras e os anéis de noivado. Fomos falar com ela para tentar saber como se desenham os sonhos dos outros.

Zk: Quando é que descobriu que queria desenhar joalharia? É uma coisa de menina ou surgiu durante o curso de Design Industrial, no IADE?

RCM: Este desejo eu sempre tive mas a verdade é que depois do curso de Design Insdustrial que tirei no IADE soube de uma pós-graduação que o Centro Português de Design estava a formar e inscrevi-me. Acho que qualquer mulher gosta de jóias e poder focar-me nesta área foi sem dúvida uma sorte.

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Brincos Hipérion. Foto: RCM

Zk: Quando é que nasceu o projecto RCM?

RCM: Foi logo quando acabei o curso. Comecei a desenhar umas peças para uns amigos e depois naturalmente o projecto foi evoluindo. Comecei a fazer uma exposições muito simples e depois foi crescendo. Tudo sempre de uma forma muito natural.

Zk: Concilia o trabalho criativo com um “day job” como Directora Comercial. É esta multiplicidade de actividades que está na origem do tema inspirador deste projecto – o Tempo?

RCM: Sem dúvida. É juntar a criatividade que alimento todos os dias com outra grande paixão que são as vendas. O Tempo, somos nós que o delimitamos, e estas duas actividades andam muito bem juntas.

Zk: De que é que mais gosta, em todo o processo – de sonhar as peças, de desenhá-las, de executá-las…

RCM: Sem dúvida do início e do fim do processo. Criar é muito bom e faz-me muito bem. Ver depois o resultado final é maravilhoso. Não tenho filhos, mas acho que a sensação deve ser a mesma. É ver um sonho realizado.

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Brincos em prata oxidada. Foto: RCM

Zk: Li que as suas peças preferidas são os anéis de noivado e as pregadeiras…

RCM: Sim, são sem dúvida as minhas peças preferidas. Os anéis, porque normalmente são os noivos que todos entusiasmados vêm ter comigo para desenvolver uma peça que está na cabeça deles. É um sonho que têm, ver a mulher que querem para o resto da vida com uma peça imaginada por eles. ADORO! Quanto às pregadeiras, é uma peça que em qualquer ocasião faz toda a diferença. Acho que é uma imagem de marca de quem usa.

Zk: Cria uma relação de grande empatia com os seus clientes, certamente. Tem alguma história especial que queira partilhar?

RCM: Histórias tenho imensas, todas elas com um pormenor especial, mas a melhor… Vou contar, tem um cariz pessoal mas acho que valhe a pena partilhar. Um dia uma amiga minha disse que tinha uma amiga que queria fazer um anel de noivado, o dela. Eu fui ter com elas, desenhámos várias peças e ela gostou muito de uma delas. Perguntou-me muitas vezes se eu gostava, mas eu confesso que sempre achei que era uma insegurança da parte dela, indecisão relativamente à peça. O anel foi dificílimo de fazer. Várias foram as vezes que lhe enviei outros desenhos mas ela insistia no mesmo. Foi o anel que mais trabalho me deu. Depois, tempos mais tarde, eu recebi-o. Afinal tinha sido uma encomenda do meu namorado. Fui eu que desenhei o meu anel de noivado, imagine-se! E sem saber. Acho que é uma história deliciosa.

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Colar. Foto: RCM

Zk: O que é mais frequente pedirem-lhe: peças originais ou peças das suas colecções?

RCM: Peças originais. As pessoas são muito criativas e sabem muito bem o que querem. E como faço reciclagem de jóias, muitas vezes as pessoas querem uma peça que seja feita a partir de uma peça que lhe diga alguma coisa.

Zk: Fale-nos da reciclagem de peças. É um trabalho muito procurado? 

Nesta altura em que nos encontramos, a reciclagem é sem dúvida uma das áreas em grande expansão visto que as pessoas não têm muito dinheiro e têm muitas coisas que estão partidas, ou que só têm uma peça do par, que herdaram mas de que não gostam, é uma forma de transformar uma peça sem uso numa peça actual e útil. Faz muito sentido nesta altura.

Zk: Nas suas colecções prevalecem os elementos da Natureza. Em que é que se inspirou para a colecção desta Primavera?

RCM: Isso é surpresa, mas sem dúvida, os elementos naturais estão muito presentes nas minhas peças. Confesso que já tentei várias vezes afastar-me dessa realidade, mas ela insiste em estar sempre lá. Acho que como todos os artistas, é uma imagem de marca, do meu trabalho.

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Alfinete em prata oxidada com pérolas de cultura. Foto: RCM

Zk: Para além de anéis de noivado, costuma ter pedidos de joalharia para noivas?

RCM: Tenho feito algumas coisas, como pequenos adereços, pulseiras, botões de punho para os noivos, apontamentos para a cabeça, etc. As pessoas gostam de peças que fiquem no tempo. Hoje, pelo que percebo (e ainda bem) as pessoa preferem ter pouco mas bom. E uma coisa é certa, é que estas matérias-primas (prata e ouro) nunca se desvalorizam.

Zk: De que forma é que os interessados devem contactá-la para adquirir ou encomendar peças suas?

RCM: As pessoas contactam-me por mail, telefone, e depois acabamos por nos encontrar caso dê jeito, senão, acho que acreditam no meu trabalho. Já fiz peças para pessoas que nunca vi e que estão fora de Portugal. É preciso mesmo ter confiança.

Zk: Para terminar, pedimos-lhe que nos sugira, de entre as suas peças, algumas que considere adequadas às noivas Zankyou. (Vejam aqui a galeria com as sugestões da Rita Carvalho Marques)

Obrigada, Rita!

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