#Com um pé na Europa e outro na Ásia, um miniroteiro por Istambul para namorar em grande estilo

Há quem olhe e veja apenas a cidade bizantina personificada em atrações como a basílica Hagia Sofia; outros enredam-se na sua otomanidade, tão à flor da pele nos palácios de Topkapı, Dolmabahçe ou na Mesquita Azul.

Há quem olhe e veja apenas a cidade bizantina personificada em atrações como a basílica Hagia Sofia; outros enredam-se na sua otomanidade, tão à flor da pele nos palácios de Topkapı, Dolmabahçe ou na Mesquita Azul.
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Mas ela é também arte nova; basta olhar para o legado de arquitetos como Raimondo d’Aronco em trechos como o da avenida İstiklal. Não, a milenar Istambul não deu as costas à sua história, mas é, cada vez mais, uma metrópole vibrante e um símbolo maior de uma Turquia votada à boa vida e apostada em fazer da modernidade a sua marca registada.
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E é também, se me derem o prazer da vossa leitura até ao final deste post, uma cidade deliciosa para namorar, para uma lua-de-mel ou até, porque não, um potencial wedding destination. Basta enxergar para lá das evidências e vai ver que, aqui e ali, encontrará até vestígios da Istambul que Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura turco, desfia nos seus romances.
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Convém, contudo, que faça desde já um aviso de navegação: este não é um miniroteiro pela Istambul que aparece em todos os guias e postais; antes se destina a quem quiser (re)descubri-la a dois por outros ângulos, percorrendo atrações e endereços ao mesmo tempo inspirados e inspiradores. Começo pelos hotéis. Por umas boas décadas, a hotelaria de Istambul refletiu uma certa propensão à monumentalidade. Não por acaso, os seus hotéis mais ilustres, como o Çiragan ou o Pera Palas (o mítico hotel, associado ao Expresso do Oriente, passou por uma reforma milionária recente), recriam o fausto de uma época passada.
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Na verdade, eles conservam um público fiel, mas uma Istambul mais moderna fez acender o desejo por algo diferente. No segundo trimestre de 2008, a marca W, da cadeia Starwood, elegeu o elegante bairro de Besiktas, debruçado sobre o Bósforo, para firmar um compromisso interessante. O ponto de partida foi um edifício de 1870, construído pelo sultão Abdülaziz, onde os hóspedes ficam instalados em quartos e suites com jardins e teraços privados e dispõem de um sistema de iluminação, com cinco cores à escolha, para expressar seu estado de humor. De humor e de paixão.
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O W foi, digamos, um primeiro ensaio, abrindo caminho a outras propostas mais depuradas como o Edition Istanbul. Resultado de uma parceria entre a gigante Marriott e o hoteleiro Ian Schrager, o homem que inventou o termo hotel-boutique, o Edition consegue ser, ao mesmo tempo, intimista e teatral. Alguns elementos ornamentais otomanos estão lá, mas sutis e reinterpretados na paleta de tons (do bronze ao dourado e prata), no chão em travertino combinado com madeiras exôticas ou no Espa estilizado.
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Outra intervenção primorosa foi a do premiado ateliê Autoban na conversão de uma antiga mansão de 1890, junto à torre Gálata, em hotel de charme. The House Hotel Galatasaray, aberto em abril de 2010, possui apenas 20 quartos e um layout revivalista que soube enaltecer reminiscências como a escadaria em mármore ou os painéis em madeira. Preciso dizer que é um hotel e tanto para uma lua-de-mel e/ou escapada amorosa?
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O grupo, que possui ainda outros dois pequenos hotéis e flats, estendeu a sua influência à restauração, como o prova The House Café Ortaköy, com localização mágica no Bósforo. E já que estou a entrar no assunto “restaurantes que se prestam a um momento especial”, não muito longe, a curta distância da mesquita de Ortaköy e de olhos postos na ponte Boğaziçi Köprüsü, fica o Anjelique, um lounge quase anfíbio, cuja temática naval escapa ao lugar-comum.
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Num outro contexto, mais industrial, o Tamirane, em Strandistanbul, faz o contraponto. Aliás, são vários os restaurantes, como o Müzedechanga (semelhante a uma “caixa de vidro”, foi igualmente desenhado pela Autoban), que dão um outro sentido à ideia de fazer uma pausa para comer em museus mais recentes como o Istanbul Modern ou Sakip Sabanci Muzesi.
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Por falar em museus e galerias, eles representam um capítulo à parte na nova geografia. O Istanbul Modern, por exemplo, fica em Karaköy, uma zona em ebulição a norte da foz do Corno de Ouro, e foi o primeiro museu de arte moderna do país. Seguem-se destaques como Santralistanbul, antiga central elétrica convertida em 118 mil m2 dedicados à cultura, ou Arter, a galeria mais visitada da cidade. E não faltam recantos para namorar em qualquer um deles.
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Um roteiro em Istambul não passa sem compras. Sobretudo se ainda está a fazer enxoval ou não acabou de montar a casa. A par dos clássicos Grande Bazar ou Bazar Egípcio, valem opções menos óbvias como o Luna Park, endereço de Gálata especializado em memorabilia e designers turcos, a Derin, mobiliário design num novo showroom em Akaratler, ou ainda a Midnight Express, uma concept store dedicada à moda e ao design.
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Mil e uma possibilidades numa Istambul que segue a várias velocidades, mas certa de ser já uma das metrópoles mais vibrantes e criativas da atualidade. E mesmo à mão de semear para mudar de ares e dar largas ao amor.  Informações úteis:Informações TurísticasCasar na Turquia  
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Guest blogger: João Miguel Simões Cada vez mais dividido entre Lisboa e São Paulo, o jornalista português especializou-se em viagens e lifestyle. Viajante frequente, os seus principais focos são a arquitetura, o design, a gastronomia e os roteiros de bons endereços, com colaborações regulares em revistas portuguesas, como a Volta ao Mundo, a Evasões ou a UP, e brasileiras, como a Casa Vogue e a Bamboo. Autor dos blogs @ddressbook, dedicados à boa vida em diversos pontos do mundo, ganhou prémios internacionais como o “Pluma de Plata” ou o “Pasión por la Vida”. Contactos: Facebook, Twitter e E-mail.   É especialista numa área associada à temática do casamento e gostava de escrever na Zankyou Magazine? Contacte-nos.

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