#hvar (croácia): azul da cor do mar, do céu e da paixão

Confesso que para este meu primeiro post, o de estreia a bordo da Zankyou Magazine, hesitei. Não por falta de assunto ou inspiração, mas, precisamente, por ter muito por onde escolher.

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Confesso que para este meu primeiro post, o de estreia a bordo da Zankyou Magazine, hesitei. Não por falta de assunto ou inspiração, mas, precisamente, por ter muito por onde escolher. E foi ai que, sem perder de vista o tema “destination wedding” ou, tout court, “em clima de lua-de-mel” (em sentido estrito e lato, que a ideia aqui é dar largas ao romance), apontei para um critério simples, mas que me pareceu eficaz e certeiro: um destino relativamente perto, mas suficientemente longe para garantir uma sensação de evasão; sofisticado, mas despojado q.b. para não se tornar pretensioso; com uma oferta variada para corresponder a diferentes tipos de carteiras e intenções; e, por último, mas não menos importante, capaz de misturar, em doses equilibradas, sossego e animação, mar e céu azuis, um pouco de história e outro tanto de mundanidade. Foi assim que, sem grande esforço, elegi Hvar, na Croácia.
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Por muitos anos, e até por uma compreensível afinidade histórica e proximidade geográfica, a Croácia, que sempre dependeu do turismo, definia muito a sua estratégia de promoção em função do que julgava ser o seu maior diferencial para uma clientela germânica, até perceber que, mudados os tempos e as vontades, o seu apelo não está mais no naturismo, mas sim no naturalismo e na história. A começar na costa dálmata, pejada de ilhas, banhada pelo Adriático que Cousteau, paz a sua alma, não hesitou um dia em classificar como um dos mais limpos do planeta (devido ao seu elevado índice de salubridade, nalgumas zonas o grau de poluição é praticamente zero). Mesmo sem praias de areia, a cor da água, a sua transparência e temperatura cálida são trunfos suficientes para fazer com que a Croácia esteja a disputar, não tarda taco a taco, o mercado com outras rivieras no sul da Europa. Com a vantagem de ser mais barata, menos conhecida e de, feitas as contas, possuir um invejável património histórico, fruto da sua permanência no Império Austro-Húngaro e no Ducado de Veneza, que lhe dá um cachet muito especial.
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É aqui que entra Hvar. Depois de Dubrovnik, ela é a grande coqueluche da costa dálmata e um íman poderoso que atrai, a cada nova temporada estival, mais jet set a bordo de iates e veleiros e, claro, apaixonados. Colonizada pelos gregos da ilha de Paros (que significa farol, sendo Hvar o sinónimo em croata), esta cidade — e aqui está uma informação importante para quem ainda não decidiu o seu destino de lua-de-mel ou pondera mesmo a hipótese de vir a casar no estrangeiro — dá-se ares de “Pequena Veneza”. O que não é de estranhar; a mesma integrou, durante boa parte da sua existência, o ducado veneziano (os italianos chamavam-lhe Lesina, ou seja “floresta”) e ainda hoje marca uma fronteira invisível, mas percetível, entre o modus vivendi mais “germânico” do norte da Croácia e o seu tempero assumidamente mediterrânico. Logo à chegada, torna-se igualmente claro que a vida da cidade ― que no pico do Verão passa de três mil habitantes para uma média diária de 30 mil visitantes ― se organiza em torno da baía, disputada por hotéis, cafés, bares e até clubes de praia, com as excepções por conta da praça contígua, a Pjaca, e da fortaleza altaneira, sem dúvida alguma o melhor ponto para se ter uma visão de águia sobre Hvar.
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Ao largo, várias ilhas, que mais parecem carapaças de tartaruga, compõem, juntamente com o casario e os pináculos, um cenário tão acima de suspeita, que a lenda da sua formação, associada a um susto que Zeus terá pregado a Neptuno ao surpreendê-lo em pleno ato amoroso, só torna mais delicioso. Mas Hvar não é apenas a cidade que faz as vezes de porto de entrada, é também o nome de toda uma ilha, esguia como uma lança apontada a terra firme. São vários os pontos de interesse, mas uma das excursões mais comuns passa por ir até Stari Grad, a leste, a escassos 16 quilómetros. O caminho, bastante acidentado, permite vislumbrar não só a costa recortada, com encostas sulcadas até ao mar, como espreitar algumas das baías e praias de cartão-postal, onde ficam ancorados muitos dos iates e veleiros de luxo que navegam por estas águas de um azul estonteante.
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Mas, para quem faz o trajeto entre finais de Junho e princípios de Julho, há um outro atractivo, que passa por admirar as alfazemas em flor, dispostas por vários socalcos ganhos a duras penas ao solo pedregoso. A Croácia é, convém dizê-lo, uma das principais produtoras mundiais de alfazema, sendo Hvar o epicentro dessa cultura, ao ponto de ter abastecido durante anos a indústria de perfumes francesa. Sob os auspícios da Unesco desde 2008, Stari Grad, fora da agitação dos festivais de música e teatro estivais, continua bastante pacata, com ares de cidadezinha adormecida. O núcleo histórico está vedado aos carros e mantém uma disposição que lembra as típicas choras gregas, mas Stari Grad, para já a salvo de maiores confusões, está a investir no melhoramento da sua infra-estrutura, contando com vários cafés-galeria muito aprazíveis, bem como trilhas para quem quer pedalar a ilha.  É, todavia, na sua baía, onde um dedo de mar avança pela cidade antiga como quem fura um bolo, que Stari Grad nos surge como uma Hvar em miniatura.
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Mais modesta, sobretudo em património, Jelsa é outro ponto importante de escala na costa de Hvar, contando com bons restaurantes de peixe que se perfilam no seu porto. À volta, algumas das praias que estão a catapultar Hvar como uma alternativa de riviera dálmata capaz de rivalizar com a italiana ou turca. Voltando a Hvar, este é agora o tipo de local cool onde vestidos Missoni se combionam com Havaianas e onde é possível tomar o pequeno-almoço Às 11 horas da manhã, sem pressas ou neuras. Os mais festeiros poderão sair todas as noite4s, mas, por norma, quem está a dois sente-se mais tentado por propostas como tomar um aperitivo e/ou jantar à meia luz nos terraços mais "in" (os dos hotéis-design Riva e Adriana são incontornáveis como pontos de encontro), já para não falar das consensuais espreguiçadeiras e camas de dia balinesas, assentes sobre palafitas suspensas sobre o mar, de clubes como Bonj 'Les Bains', onde é praxe ficar a ver a vida passar, sem olhar para o relógio, entre um gole e outro de champanhe.
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Sim, namorar em Hvar é uma festa. Como ir: A TAP voa para Dubrovnik, via Zagreb, a partir de Portugal. Uma vez em Dubrovnik, existem serviços regulares de ferry ou catamarã, com preços muito razoáveis, que ligam as várias ilhas com o continente. Hotéis: Aos amantes do estilo contemporâneo, e que procuram hotéis que sejam mais do que meros locais para dormir, sugerimos que tenham em consideração a cadeia Suncani, que inclui no seu protfólio o Riva, o Adriana ou o Amfora.
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Restaurantes: Hvar é um prato cheio para quem não dispensa os prazeres de uma boa mesa, pois alguns dos melhores restaurantes da Croácia estão aqui. Recomendações sem erro: Zori, Passarola ou ainda o pequeno Macondo (tel. +385 21 742 850). Mais informações úteis: Casar na Croácia . Passeios românticos em Hvar . Turismo da Croácia em Portugal
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Guest blogger: João Miguel Simões Cada vez mais dividido entre Lisboa e São Paulo, o jornalista português especializou-se em viagens e lifestyle. Viajante frequente, os seus principais focos são a arquitetura, o design, a gastronomia e os roteiros de bons endereços, com colaborações regulares em revistas portuguesas, como a Volta ao Mundo, a Evasões ou a UP, e brasileiras, como a Casa Vogue e a Bamboo. Autor dos blogs @ddressbook, dedicados à boa vida em diversos pontos do mundo, ganhou prémios internacionais como o “Pluma de Plata” ou o “Pasión por la Vida”. Contactos: Facebook, Twitter e E-mail.   É especialista numa área associada à temática do casamento e gostava de escrever na Zankyou Magazine? Contacte-nos.

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