O que é a beleza? A resposta a esta pergunta será, provavelmente, uma das mais subjectivas. E as duas gémeas mais famosas do momento são a prova disso.
As irmãs Lara e Mara Bawar, ambas albinas, ficaram conhecidas após o fotógrafo Vinicius Terranova as ter mostrado ao mundo num ensaio fotográfico, em 2016, que teve por intuito evidenciar uma beleza que existe na diferença. Depois disso, e após as fotos se terem espalhadas pelas redes sociais, as meninas tornaram-se estrelas, ajudando a levantar o debate sobre a diversidade e os padrões do mundo da moda. Elas e a sua irmã, Sheila, que não sofre do mesmo problema e que permite o contraste de tonalidades de pele nas fotografias, demonstrando a força da diversidade.
Se ainda não conhecia estas irmãs, depois de ler este post vai ficar fã!


Apesar de nascidas no Brasil e a viver em São Paulo, Mara e Lara Bawar são filhas de pais originários da Guiné Bissau, pelo que os seus traços negros são facilmente perceptíveis, apesar da ausência da cor. Com efeito, as meninas de 11 anos sofrem de albinismo, uma condição de natureza genética, caracterizada por ausência total ou parcial de pigmento na pele, nos olhos, nos pêlos e no cabelo, mais concretamente de uma enzima que participa na produção de melanina e que é essencial para a sua formação. Um transtorno que - à excepção do síndrome de Hermansky-Pudlak, uma vertente rara e pouco habitual do albinismo - não afecta a esperança de vida das pessoas que padecem deste mal, apesar de correrem mais riscos quando se expõem ao sol.
https://www.instagram.com/p/BRX0HHBhuDJ/?taken-by=viniciusterranovaA aventura destas irmãs começou com o convite de Vinícius Terranova para o projeto "Flores Raras", que teve por objectivo abordar temas relevantes sobre diversidade e questões sócio-culturais na moda e na beleza. Com as fotografias, o fotógrafo pretendeu criar imagens simbólicas, "como a apresentada na foto em que as gémeas estão ligadas pela trança", explicou.
Para o ensaio, Vinícius Terranova contou também com Sheila, de 13 anos, a irmã das gémeas que não sofre de albinismo. E o contraste foi a "chave" de "Flores Raras", nomeadamente para demonstrar todos os níveis de beleza que existem no mundo, inclusivamente aqueles que nos parecem mais insólitos por não estarmos habituados a vê-los. "A minha arte representa a beleza que há na diversidade e as extensões literais e simbólicas da capacitação", explicou Terranova.
https://www.instagram.com/p/BTgdmPYhu9W/?taken-by=viniciusterranovaO ensaio foi vital na vida de Lara, Mara e Sheila. Desde então, as três já participaram em várias campanhas da Nike, Insanis e Bazaas Kids, tornando-se verdadeiras referências na cruzada contra os estereótipos sociais no que diz respeito à beleza. Aliás, a conta do Instagram que as três partilham @lara_mara_sheila, já conta com mais de 82 000 seguidores. "Para nós o albinismo é bonito: gostamos do nosso cabelo, da nossa cor da pele e de olhos", afirmou Lara aos meios de comunicação social.
https://www.instagram.com/p/BSqSs7SBErp/?taken-by=lara_mara_sheilaO mundo evolui. Com o passar do tempo, as pessoas começam a consciencializar-se de que a beleza está em todo o lado e que os estereótipos sociais só trazem frustração, pressão e intolerância. O mundo é belo e diversificado. E Lara, Mara e Sheila são - de facto - uma prova disso.
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